No final dos anos 80, a Folha de S. Paulo divulgou uma propaganda televisiva que se tornou um dos maiores sucessos da publicidade brasileira. No comercial, uma fotografia vai se revelando à medida que a câmara se distancia.
Uma voz ao fundo se rasga em elogios quanto ao homem cuja identidade ainda não foi informada: “este homem era um ótimo pai, adorava artes, controlou a inflação, reduziu o desemprego, pererê pão doce”. Quando a voz do narrador termina o discurso elogioso surge a imagem de Adolf Hitler.
A propaganda se encerra com o slogan “É possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade”. Minha mãe dizia esta frase de outra maneira: “Uma verdade pela metade é uma mentira completa”. Estatísticos costumam batizar este conceito com o nome de cherry picking, literalmente: coleta de cerejas.
É que cereja você pega com a pontinha dos dedos, selecionando muito cuidadosamente a que vai ser jogada no cesto e a que vai ser lançada no chão. Uma postagem da ONG feminista Think Olga divulgada no Facebook é um exemplo primoroso de “contar uma grande mentira dizendo apenas verdades”
A narrativa feminista depende de mostrar que mulheres estão muito mal mal mal, e que homens estão muito bem bem bem. Como vender esta narrativa mesmo em uma variável em que mulheres estão substancialmente melhor que homens? Simples: omita dados, conte apenas as informações que são úteis para a sua narrativa.
Na imagem à abaixo você vê um print do documento do IBGE usado como fonte para o post da ONG, com todas as “cerejas” a vista, não somente aquele que foi selecionada pela ONG. A informação se altera completamente quando se analisa os dados por completo.
É por isso que feministas simplesmente odeiam quando alguém os refuta com a pergunta “e os homens?” (postura que elas jocosamente apelidaram de “iuzomismo”). É porque, quando você conta a história toda, a narrativa de vitimização, ressentimento e ódio feminista desaba.

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