Ministro da saúde de Israel é flagrado: “não há justificativa médica ou epidemiológica para passaporte vacinal”

Mais um capítulo da saga çientífica contra a covid-19. O ministro da saúde de Israel foi flagrado admitindo que não há justificativa médica ou epidemiológica para a aplicação de passaportes vacinais como os que alguns governantes totalitários ( como o presidente francês Emannuel Macron, o prefeito carioca Eduardo Paes, o prefeito novaiorquino Bill de Biasio) estabeleceram recentemente.

Microfones capturaram e transmitiram – sem que ele soubesse- o áudio de uma conversa entre ele e outros membros do governo, antes de uma reunião da cúpula israelense. Nitzan Horowitz estava discutindo os termos das medidas restritivas com uma outra ministra quando explicou: “não há justificação médica ou epidemiológica para o passaporte da covid, a intenção é só pressionar os não vacinados a se vacinarem”.

Israel, apesar de ser um dos países com maior taxa de vacinação do planeta, enfrenta um novo surto de covid-19. Como informado pela revista científica Science em 16 de agosto, apesar de cerca de 80% da população israelense maior de 12 anos estar totalmente vacinada, a grande maioria com a vacina Pfizer, o país registra agora uma das taxas de infecção mais altas do mundo, com quase 650 novos casos diários por milhão de pessoas: mais da metade está em pessoas totalmente vacinadas.

E, como informado aqui em 05 de setembro, Israel apresenta hoje uma média móvel de mortes por covid-19 superior à apresentada na mesma época do ano passado, quando não havia ainda vacinas disponíveis. Não apenas estão em um patamar superior ao do mesmo período do ano passado, como voltaram ao mesmo patamar de fevereiro deste ano, quanto a vacinação ainda estava iniciando.

Uma das medidas propostas pelo governo israelense para tentar conter a nova onda de crescimento foi determinar que a população receba uma terceira dose das vacinas experimentais/emergenciais, medida que atualmente é desaconselhada pela OMS.

Outra medida estatal israelense contra a pandemia foi a introdução de regras que limitam o acesso de não vacinados a locais públicos como academias e restaurantes. A ideia já tinha sido introduzida anteriormente, mas foi abandonada. Quando os casos voltaram a explodir, em maio de 2021, as normas restritivas voltaram a ser implementadas. Durante a conversa, os ministros discutiam exatamente quais dos lugares deveriam ter entrada proibida para não vacinados, e quais não.

Ao longo da conversa, depois da frase que gerou polêmica, o ministro chegou argumenta que não vacinados poderiam ocupar leitos disponíveis, justificando a implementação das obrigações num argumento atrelado à gestão dos recursos disponíveis à saúde pública israelense, mas as alegações sobre a efetividade da proteção vacinal contra covid-19 estão em disputa, sobretudo diante do recente domínio da variante delta.

Dados britânicos disponibilizados pelo Public Health England indicam que cerca de 70% dos mortos pela variante delta estão entre os vacinados: vacinados também são a maior parte dos internados na Inglaterra. Uma matéria publicada na Science revela que a maioria dos infectados pela nova variante em Israel estão vacinados. Relatos de hospitais israelenses indicam o mesmo sobre os internados e mortos no país. Deste modo, sequer uma justificativa do ponto de vista da gestão dos recursos públicos em saúde seria aplicável.

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